Introdução a Eletrostática
A) Histórico da Atomística
Por que é importante estudar o histórico do átomo?
A importância se dá para fazer uma conexão entre a descoberta das cargas elétricas nos átomos e na eletricidade… uma vez que, para existir corrente elétrica, são necessário portadores de cargas e aqui vemos como foram as descobertas…
Estamos aqui colocando de forma cronológica e facilitada para sua aprendizagem! Bons estudos.
Átomo: menor partícula que compõe a matéria.
A ideia de que a matéria seria composta por partículas já vem sendo disseminada desde o século V a.C. pelos gregos. De acordo com Demócrito e Leucipo, elas eram caracterizadas por serem indivisíveis. Assim, eles nomearam estas partículas de átomos (a – não e tomo – partes). Na antiguidade, o estudo da matéria e de sua composição tinha caráter filosófico. Dessa forma, tais ideias não puderam ser comprovadas naquela época. Foi a revolução científica que proporcionou meios para que fossem criados métodos de pesquisa sobre o assunto. Assim, foi em 1808 que o inglês John Dalton lançou a base para essa e outras teorias.
O modelo atômico de Dalton
Mas o primeiro trabalho científico foi apresentado por John Dalton em 1808, este acreditava que o átomo era semelhante a uma bola de bilhar (bola de sinuca).
As características do átomo de Dalton são:
- Maciço;
- Indivisível;
- Indestrutível;
- Sem cargas elétricas;
- Nas reações químicas não há destruição de átomos, e sim rearranjo dos mesmos, formando novas substâncias;
- Cada elemento apresentará um tipo de átomo
(crédito da imagem: infoescola.com)
- Átomos de um mesmo elemento são iguais;
- Átomos de elementos diferentes possuem massas diferentes.
Como o modelo atômico de Dalton não previa a existência de subdivisões atômicas (prótons e elétrons, por exemplo), tal modelo não conseguiu explicar fenômenos como a condução elétrica de metais e soluções salinas, nem tampouco a eletrólise, porém, o modelo de Thomson, que sucedeu ao de Dalton, não invalidou totalmente as ideias de Dalton. Thomson “atualizou” as ideias de Dalton, inserindo suas próprias observações no processo e criando um modelo que explicava mais fenômenos que o anterior.
O átomo de Thomson
Por volta de 1898, Joseph John Thomson fez experimentos com um tubo de vidro fechado conhecido como ampola de Crookes. Essa ampola continha um eletrodo positivo e um negativo e nela, gases eram submetidos a altas voltagens e baixas pressões. Os eletrodos eram submetidos a uma grande diferença de potencial, produzindo uma luminescência que recebeu o nome de “raios catódicos”. Por meio desta técnica, Thomson descobriu que a matéria era composta por partículas negativas (assim sendo, ele descobriu os elétrons). Ele entendeu que estes raios eram gerados pelo choque entre os elétrons e a parede de vidro do tubo. Assim, criou-se a ideia de que o átomo era uma esfera de carga positiva recheada de pequenas cargas negativas.
Essa teoria é conhecida como pudim de passas. Ela diz que “o átomo é constituído por uma partícula esférica de carga positiva, não maciça, incrustada de elétrons, de modo que sua carga elétrica total é nula”.
Este modelo atômico é também conhecido como pudim de passas, as características deste átomo são:
- Maciço (sem espaços vazios)
- Indivisível;
- Constituído por cargas elétricas positivas e cargas elétricas negativas.
(crédito da imagem: livrologias.com)
Comentário importante:
Por volta de 1897, Thomson descobriu os elétrons: partículas elementares e de carga negativa. Também foi capaz de determinar experimentalmente a razão entre carga e massa eletrônicas. Além disso, usando uma câmara de nuvens, conseguiu obter valores de carga muito próximos daquele que é conhecido atualmente. Seu melhor resultado experimental foi cerca de 1,1.10-19 C.
No entanto, o valor conhecido atualmente da carga eletrônica só foi precisamente determinado pelo físico norte-americano Robert Andrews Millikan (1868-1953) em 1909. A descoberta rendeu a ele o prêmio Nobel de Física em 1923. Seu experimento ficou conhecido como Experimento da Gota de Óleo.
O átomo de Rutherford
Ernest Rutherford foi um físico neozelandês que, em 1911, realizou um dos experimentos mais importantes para o campo da química. No experimento, partículas alfa (de carga positiva) de uma amostra de polônio foram arremessadas em uma fina lâmina de ouro. Esta lâmina ficava dentro de um bloco de chumbo com um orifício que permitia a passagem das partículas (conforme a figura abaixo).
O experimento de Rutherford:
(crédito da imagem: livrologias.com)
Os resultados que ele encontrou deste experimento foram:
- As partículas alfa atravessavam o átomo porque ele é oco e não maciço
- Algumas desviam sua trajetória porque passam próximas ao núcleo (região positiva) e sofriam repulsão (já que as partículas alfa são carregadas positivamente)
- Outras partículas não atravessaram a lâmina de ouro, já que vão de encontro ao núcleo do átomo e são repelidas para trás.
Com isso, Rutherford propõe que os elétrons fiquem situados ao redor do núcleo. Ele criou um modelo onde o átomo possui um núcleo pequeno e pesado onde ficam os prótons e nêutrons. Já os elétrons eram distribuídos na eletrosfera e giravam em torno do núcleo. Esse modelo ficou conhecido como sistema solar (modelo planetário). De acordo com esse pesquisador, “o átomo é descontínuo e é formado por duas regiões: o núcleo e a eletrosfera. O núcleo é denso e tem carga positiva, ou seja, é constituído de prótons. A eletrosfera é uma grande região vazia onde os elétrons giram ao redor do núcleo”.
As características do modelo atômico de Rutherford são:
- Não é maciço (possui espaços vazios);
- Possui cargas elétricas;
- modelo planetário (elétrons orbitam ao redor do núcleo).
Núcleo: prótons (cargas positivas) – Ficam fixos
Eletrosfera: elétrons (cargas negativas) – Ficam orbitando ao redor do núcleo
(crédito da imagem: livrologias.com)
Problemas do átomo de Rutherford:
– Se cargas iguais se repelem, como os prótons ficariam coesos no núcleo?
– Como os elétrons orbitariam ao redor do núcleo sem cair sobre o núcleo, uma vez que eles se atraem, a tendência é que os elétrons caíssem no núcleo.
Pois contrariava uma lei fundamental da física clássica. Segundo esta, cargas em movimento emitem radiação eletromagnética, e, ao fazê-lo, perdem energia continuamente. Isso significa que os elétrons em trânsito seriam necessariamente desacelerados, descrevendo órbitas cada vez menores e chocando-se contra o núcleo atômico em uma fração de segundo. Se assim fosse, não sobraria nenhum átomo no Universo e nós não estaríamos aqui para falar do assunto. Não é o que acontece na natureza, felizmente. Sabemos que os átomos permanecem estáveis por longo tempo.
Ou seja, como o modelo de Rutherford poderia ser estável? Veja a resposta no item abaixo.
O átomo de Bohr
Procurando aprimorar o modelo de Rutherford, o cientista Niels Bohr propôs um modelo novo do átomo, no qual os elétrons circulam por órbitas específicas de acordo com sua energia. Assim, entendeu-se que a eletrosfera descoberta anteriormente era dividida em regiões definidas por camadas ou níveis. Pode-se caracterizar o modelo de Bohr como uma tentativa de conciliar o modelo clássico de Rutherford com as ideias quânticas de Planck e Einstein a respeito da emissão de radiação eletromagnética.
Nos átomos conhecidos atualmente, encontramos elétrons distribuídos por sete camadas (K, L, M, N, O, P e Q). A energia das camadas aumenta à medida que se afastam do núcleo. Ao absorver energia, os elétrons saltam para camadas mais afastadas do núcleo em processos chamados de “saltos quânticos”. Em seguida, estes elétrons excitados retornam para suas camadas de origem.
Bohr usou a mecânica quântica para explicar os problemas encontrados no modelo de Rutherford.
Bohr corrigiu o deficiente modelo planetário de Rutherford incorporando a ele o conceito quântico de energia, proposto, em 1900, pelo alemão Max Planck. É preciso abrir aqui um largo parêntese para avaliar todo o alcance dessa contribuição… Na física clássica, a energia é pensada como uma espécie de fluido, capaz de ser armazenado pelos corpos materiais e de se transferir continuamente de um corpo a outro quando eles interagem. Não existe uma quantidade mínima, indivisível, de energia. Por menor que seja a porção, sempre é possível fracioná-la em porções ainda menores. Ao estudar a radiação emitida por um corpo aquecido, porém, Planck percebeu que os cálculos poderiam ser muito simplificados se, em vez desse fluido contínuo, a energia fosse concebida como um fluxo descontínuo de “grãos” indivisíveis.
A ideia inspirava-se no antigo atomismo grego. Sabemos que, para os filósofos atomistas da Grécia (Demócrito, Leucipo e outros), a matéria não podia ser dividida indefinidamente. Em certo ponto da divisão, chegava-se a um componente mínimo, o “átomo”, palavra que significa exatamente “indivisível”.
Ao descobrir o elétron, Thomson demonstrou que o átomo podia ser decomposto em partes ainda menores, possuindo, portanto, uma estrutura interna.
O modelo planetário de Rutherford seria uma tentativa de representar essa estrutura.
Mas, ainda em 1900, foi no atomismo de Demócrito e Leucipo que Planck se baseou, adaptando ao domínio da energia o conceito de “indivisível” que os gregos haviam forjado para explicar a estrutura da matéria. Constituída por quantidades mínimas indivisíveis, a energia não fluiria continuamente de um corpo a outro, mas se transmitiria em pequenos bocados, de forma descontínua.
Planck batizou esses “átomos” de energia com a palavra latina quanta (plural de quantum). Mas, a bem da verdade, não acreditava em sua existência física. Em seu entendimento, os quanta eram apenas um bom artifício de cálculo. Conservador, filho de jurista, temia que o abandono dos princípios clássicos levasse a física ao caos. Muitos anos mais tarde, em sua autobiografia, confessaria não ter percebido na época as consequências revolucionárias da concepção quântica de energia. Porém, o gancho lançado por ele foi rápida e firmemente agarrado por Einstein. Em 1905, na mesma época em que lançou sua versão da teoria especial da relatividade, o então jovem físico judeu-alemão utilizou o conceito quântico de energia para explicar o chamado efeito fotoelétrico – a propriedade que certos corpos possuem de emitir elétrons quando banhados pela luz. Convencido de que a descontinuidade da energia era uma realidade física, Einstein chegou a nova concepção sobre a natureza da luz: ela não seria uma onda que se propagava no éter, como afirmara a física clássica, porém um fluxo de corpúsculos, depois batizados como fótons (os quanta de energia eletromagnética).
Sete anos mais tarde, Bohr foi o próximo a fazer um uso revolucionário da idéia da quantização da energia. O modelo de átomo que dela resultou inaugurou a nova física atômica e pôs em xeque o paradigma científico dominante. A quantização da energia faz com que, no interior do átomo, o elétron só possa se mover em determinadas órbitas, situadas a distâncias precisas do núcleo – distâncias nas quais sua energia de movimento (cinética) possui valores que são múltiplos inteiros do quantum. As posições intermediárias são proibidas, porque, para a partícula transitar por elas, sua energia de movimento teria que corresponder a múltiplos fracionários do quantum – o que contraria a própria idéia da indivisibilidade dessa quantidade mínima. (Está aqui a ideia das camadas)
Nas órbitas permitidas, também chamadas de “estados estacionários”, o elétron se move sem irradiar energia. A troca de energia com o meio só ocorre quando a partícula salta de uma dessas órbitas a outra. Assim, ao receber do meio exterior um quantum de energia, o elétron desaparece de sua órbita original e aparece instantaneamente em outra órbita permitida, mais afastada do núcleo. Diz-se que o átomo está, então, em um “estado excitado”. Pouco depois, ele retorna ao seu “estado fundamental”, quando o elétron salta de volta à órbita primitiva, devolvendo ao meio exterior o quantum de energia excedente, na forma de fóton ou “grão” de radiação eletromagnética. (Está aqui a ideia dos saltos quânticos)
Embora fosse ainda uma construção incipiente, concebida apenas para o átomo de hidrogênio (o mais simples de todos, dotado apenas de um próton e de um elétron), o modelo atômico de Bohr já transgredia amplamente a visão de mundo da física clássica. Não apenas pela utilização do conceito quântico de energia e pela concepção dos “estados estacionários”, nos quais a partícula se movimenta sem emitir radiação, mas também pelas consequências que daí decorrem. Uma delas é que, ao saltar de uma órbita a outra, o elétron deve fazê-lo sem passar pelo “espaço intermediário”. Como já foi dito, ele desaparece de uma órbita para reaparecer instantaneamente na outra – algo que desafia o senso comum, baseado na observação grosseira dos fenômenos da vida cotidiana. Apesar de o salto eletrônico admitir outras interpretações, uma primeira tentativa de explicação é dizer que a descontinuidade da energia implica em uma descontinuidade também do espaço. Desse ponto de vista, o “espaço intermediário” entre duas órbitas estacionárias consecutivas simplesmente não existe. Pois, para que o elétron pudesse ocupá-lo, teríamos que somar ou subtrair ao seu nível energético uma fração do quantum. O desenvolvimento posterior da teoria quântica, que chegou a seu ponto de maturação no final da década de 1920, aprofundaria ainda mais o abismo que separa essa construção intelectual do paradigma científico moderno, erigido a partir da física de Newton.
Este modelo atômico ficou conhecido como “modelo de Rutherford-Bohr e seu postulado diz que “os elétrons movem-se em órbitas circulares e cada órbita apresenta uma energia bem definida e constante para cada elétron de um átomo”. Ele propôs a existência das camadas de energia na eletrosfera
(crédito da imagem: livrologias.com)
B) Histórico da Eletricidade
O termo eletricidade se origina da palavra elektron, nome grego do âmbar, resina que se petrifica séculos depois de ser secretada por algumas árvores (pinheiros pré-históricos).
Fotos do Âmbar
IDADE ANTIGA
É bem provável que não tenham sido os gregos os primeiros a descobrir os fenômenos elétricos, mas parece certo que foram deles as primeiras explicações, a maioria delas dadas por Tales de Mileto, matemático e filósofo grego do século VI a.C., que atribuía a causa da atração elétrica a sentimentos humanos dos corpos atritados.
Foto de Tales de Mileto
Ao se friccionar (atritar) o âmbar com uma pele animal, o âmbar adquiria o poder de atrair pequenos objetos próximos como: grãos de poeira, pele de seca de animais, penas de aves… Hoje sabemos que trata-se da força elétrica
Foto: Experimento de Tales de Mileto – Âmbar atraindo penas – Extraído do site: mvcblog.com.br
Os filósofos gregos também descobriram que se um certo tipo de pedra é aproximado de pedacinhos de ferro, o ferro é atraído pela pedra. Essa pedra é o imã natural – Óxido de Ferro (Fe3SO4), que também é chamado de Magnetita e provavelmente se chama assim por conta da origem do material – a Magnésia – na Ásia Menor). Hoje sabemos que trata-se da força magnética
Depois disso, digno de menção, talvez, seja a invenção chinesa da bússola, criada aproximadamente no século II.
IDADE MÉDIA
RENASCIMENTO E IDADE MODERNA
SÉC XVI
A) Jérôme Cardan (1501-1576)
FOTO DE JÉRÔME CARDAN
Depois de um longo silêncio, Jérôme Cardan (1501-1576), filósofo, matemático e médico italiano, foi o primeiro a tratar dos fenômenos observados por Tales, explicando claramente em que diferiam as atrações do âmbar e da magnetita.
Avanço: Separação entre as atrações proporcionadas pelo âmbar (eletricidade) e apelo imã (magnetismo)
B) William Gilbert (1544-1603)
FOTO DE WILLIAM GILBERT
Em 1600 que o inglês William Gilbert (1544-1603), médico da rainha da Inglaterra (Elisabeth I), procurou refazer experiências e revisar as explicações de outros autores e pesquisadores, reuniu suas conclusões no livro De Magnete, um dos primeiros clássicos da literatura científica e descobriu que é possível realizar a atração eletrostática com outros materiais e não apenas o âmbar; Gilbert também fez clara distinção entre a atração exercida por materiais atritados e a atração exercida por imãs.
Avanço eletricidade: é possível realizar a atração eletrostática com outros materiais e não apenas o âmbar; ele relatou que outras substâncias gozavam da propriedade do âmbar depois de friccionadas por peles ou tecidos, denominando-as de elétricas, ou seja, que podiam ser eletrizadas como o âmbar.
Exemplos: o lacre, o enxofre, vidro, seda, e outras.. Observou que metais não podiam ser eletrizados por fricção, chamando-os de não-eletrizáveis.
Além disso, diferenciou os fenômenos elétricos dos magnéticos, criando a expressão vis electrica (força elétrica)
Avanço magnetismo: propôs um modelo segundo o qual a Terra se comporta como um grande imã, fazendo as agulhas das bússolas se orientarem na direção norte-sul.
Imã esférico de Gilbert, simulando a Terra, na presença de agulhas magnéticas. No ponto A está situado o polo norte do imã. Ao longo da superfície do imã as agulhas se orientam de forma diferente. Gravura extraída da obra De Magnete (1600).
Nessa época, fervilhavam novas ideias e o método científico criado por Galileu Galilei começava a ser utilizado (o método científico de Galileu é o método empírico – se quiser conhecer um pouquinho mais clique aqui)
SÉC XVII
C) Otto von Guericke (1602-1686)
FOTO DE OTTO VON GUERICKE
Os estudos nesse campo evoluíram com Otto von Guericke (1602-1686), físico alemão que observou a repulsão entre as cargas elétricas iguais; ele também criou a primeira máquina eletrostática para eletrizar um corpo, o gerador eletrostático.
(Gerador eletrostático, mostrado à direita da figura, de Otto von Guericke. No centro, Guericke faz experimentos de repulsão com uma pena de ave).
Ele observou o poder das pontas nos corpos eletrizados e também que a chama de uma vela podia deseletrizar um corpo metálico carregado.
Descobriu a indução elétrica, uma maneira de eletrizar um corpo sem qualquer contato com ele.
Uma de suas mais importantes descobertas foi a de que substâncias eletrizadas, além da atração, podiam sofrer repulsão. Mas foi incapaz de explicar como uma bola carregada podia eletrizar outra por contato, ou seja, a condução ou transmissão da eletricidade. Talvez porque, para ele, a eletricidade fosse uma qualidade intrínseca dos corpos e, portanto, não transmissível.
Avanço eletricidade: descobriu a repulsão entre as cargas elétricas, descobriu o poder das pontas, descobriu o processo de eletrização por indução.
SÉC XVIII
d) Stephen Gray (1666-1736)
FOTO DE STEPHEN GRAY
Em 1729, o físico inglês Stephen Gray (1666-1736) conseguiu conduzir a eletricidade de um corpo para outro através de fios de linho e verificou que alguns materiais conduzem bem a eletricidade
— são condutores — e outros não — são isolantes. Essas observações consolidavam a ideia de que a eletricidade seria um fluido (explicação semelhante à da natureza do calor), algo que estivesse contido em alguns corpos e que podia ser canalizado ou conduzido de um corpo para outro. Eram feitas inclusive demonstrações públicas, como a da figura abaixo.
Garoto suspenso por linhas de seda. Ao se aproximar um tubo eletrizado do garoto, constatava-se que ele atraía para si lâminas de latão, que estavam em sua proximidade. Figura extraída de Heilbron (1979, p. 247). (Johann Gabriel Doppelmayr, Neu-entdeckte Phaenomena von bewundernswurdigen Wurckungen der Natur, Nuremberg, 1744).
Avanço eletricidade: classificou materiais em condutores e isolantes, descobriu o processo de eletrização por contato… Até então achava-se que era possível eletrização de corpos apenas por atrito (desde os gregos) e por indução (desde Otto Von Guericke)
e) Charles du Fay (1698-1739)
FOTO DE CHARLES DU FAY
Em 1733, o químico francês Charles du Fay (1698–1739) propôs a existência de duas espécies de eletricidade. Uma delas era do tipo da carga elétrica adquirida pelo vidro atritado com seda, chamada vítrea, e a outra era a carga elétrica adquirida por materiais resinosos, como o âmbar, atritados com lã, chamada resinosa. Isto constituiu a teoria dos dois fluidos elétricos. De acordo com Du Fay, os corpos neutros continham a mesma quantidade do dois fluidos.
f) A garrafa de Leyden – O primeiro capacitor
A etapa seguinte mostra a tentativa de armazenar, de alguma forma, o fluido elétrico. Em 1745, Ewald Georg VON KLEIST (1700-1748), bispo da Pomerânia, teve a ideia usar uma garrafa de vidro tapada com uma tampa de cortiça com um prego atravessado. Pôs o prego em contato com um gerador eletrostático e, segurando a garrafa com uma mão e tocando no prego com a outra, levou um choque considerável, bem mais intenso do que aqueles que se sentia em contato com corpos comuns eletrizados. Repetindo a experiência com a garrafa cheia de água, o choque foi ainda maior. Cunhou, então, o termo condensador para a garrafa, o primeiro capacitor construído. Quase na mesma época, na cidade holandesa de Leyden, Pieter VAN MUSSCHENBROEK (1692-1761), físico e matemático, repetiu as experiências de Kleist, cujo relato fora lido na Academia Francesa de Ciências, enquanto as observações de Kleist foram apenas enviadas a um amigo em Berlin. Assim, o mérito da descoberta acabou ficando com o holandês, e o condensador ficou conhecido como garrafa de Leyden.
Crédito: (if.ufrgs.br)
g) Benjamin Franklin (1707-1790)
FOTO DE BENJAMIN FRANKLIN
Por volta de 1750, o físico e político americano Benjamin Franklin (1706-1790) propôs a teoria do fluido único. Segundo essa teoria, todo corpo teria uma quantidade “normal” desse fluido. Por isso todo corpo seria eletricamente neutro. Se um corpo fosse atritado com outro, parte desse fluido passaria de um para o outro: o que adquirisse excesso de fluido estaria carregado positivamente, e o que ficasse com falta estaria carregado negativamente.
Franklin foi o primeiro a usar as palavras positivo e negativo na eletricidade. Ele não conhecia os termos vítreo e resinoso criados por Du Fay.
Na prática, os corpos eletrizados positivamente correspondiam aos corpos que adquiriam eletricidade vítrea, na teoria dos dois fluidos, e os corpos eletrizados negativamente eram os que adquiriam eletricidade resinosa. Em outras palavras, positivo era sinônimo de vítreo, e negativo, sinônimo de resinoso. Durante muito tempo, ambas as teorias foram bem aceitas, pois explicavam satisfatoriamente os fenômenos elétricos. Os termos positivo e negativo, no entanto, acabaram por prevalecer.
Em 1752 ao empinar uma pandorga (um tipo de pipa) durante uma tempestade inventou o para-raios.
Desde então, em meados do século XVIII, a eletricidade conheceu um progresso extraordinário, ao qual vamos nos dedicar nos próximos itens.
IDADE CONTEMPORÂNEA
SÉC XVIII
i) Alessandro Volta (1745-1827)
Inventou a pilha elétrica
j) Charles Augustin de Coulomb (1732-1789)
um engenheiro civil militar aposentado, realizou experiências com uma balança de torsão e enunciou a famosa lei que hoje leva seu nome “a força entre duas cargas é diretamente proporcional a carga em cada uma delas e inversamente ao quadrado da distância que as separa”. Em 1786, Coulomb relatou que um condutor também blinda seu interior (ele desconhecia os relatos de Cavendish), e viu nisto também uma indicação para a lei de força enunciada.
Entretanto, esta parte do relato foi tão completamente esquecida, que o efeito de blindagem hoje está ligado ao nome da Faraday.
k) Luigi Galvani (1737-1806)
Um médico italiano, Luigi GALVANI (1737-1798), por volta de 1770 começou a investigar a natureza e os efeitos da eletricidade em tecidos animais e na estimulação da musculatura por meios elétricos. Em 1792 foi capaz de contrair os músculos de uma perna de rã pela simples aplicação a eles de uma espira constituída de dois metais diferentes. Este foi o primeiro elemento galvânico: o músculo era tanto o eletrólito quanto o indicador de corrente. Galvani supôs, e não completamente erradamente, que estas eram manifestações de eletricidade animal, já conhecida dos peixes elétricos.
Exercícios - Introdução e Histórico da Eletricidade
Exercícios Nível Fácil
01 – (FATEC SP/2000)
Duas esferas metálicas, A e B, de mesmo raio r, estão inicialmente carregadas positivamente. As cargas elétricas das esferas são diferentes. Através de um condutor faz-se a ligação entre elas. Pode-se afirmar que:
a) após algum tempo ambas as esferas terão cargas iguais.
b) somente haveria transferência de cargas se os raios fossem diferentes.
c) haverá transferência de cargas de A para B.
d) haverá transferência de cargas de B para A.
e) não haverá transferência de cargas se o ambiente estiver seco.
Resoluções
Gabarito: A
E aí está conseguindo aprender legal sobre a Introdução a Eletrostática?
Tem alguma dúvida, poste abaixo pra gente te ajudar!
Para compartilhar este conteúdo, basta clicar nos links abaixo…
1 letra A